Visitar as famosíssimas Pirâmides de Gizé (geralmente chamadas de Pirâmides do Egito) é algo que está no imaginário de praticamente todo mundo. 

Essas construções milenares são um dos maiores mistérios da humanidade, e estar diante delas desperta tanto admiração quanto reflexões sobre como foram erguidas. 

Além de serem um dos sítios arqueológicos mais famosos do mundo, as pirâmides são os últimos vestígios das Sete Maravilhas do Mundo Antigo ainda de pé.

Por todo o Egito, há cerca de 150 pirâmides conhecidas, mas as de Gizé são, de longe, as mais famosas e estudadas, e as que despertam maior curiosidade.

Onde ficam as Pirâmides de Gizé?

O complexo de Gizé fica colado na cidade do Cairo (ou a cidade do Cairo que colou nele?), tanto que muitas pessoas se surpreendem ao descobrir que, do lado de fora do portão de entrada, há uma rua movimentada e até restaurantes fast food, como um Pizza Hut, algumas dezenas de metros à frente da Esfinge. 

No entanto, basta cruzar os portões do sítio arqueológico para que a imersão na antiguidade egípcia aconteça, e a paisagem urbana dá lugar ao deserto do Saara, que se estende muito além do que a vista alcança.

As Três Grandes Pirâmides: Quéops, Quéfren e Miquerinos

 

O complexo é formado pelas três pirâmides principais e diversas pirâmides menores, além da Esfinge, tumbas menores e templos que já não existem mais. Cada uma das pirâmides principais foi erguida para servir como tumba de um faraó da IV Dinastia do Antigo Egito.

  • A Grande Pirâmide de Quéops (ou Khufu), a maior e mais antiga, construída por volta de 2.560 a.C.
  • A Pirâmide de Quéfren, atribuída ao faraó sucessor, Quéfren (Khafre), e que ainda conserva parte de seu revestimento original no topo.
  • A Pirâmide de Miquerinos, a menor das três, encomendada por Miquerinos (Menkaure), com 3 pequenas pirâmides destinadas às esposas dele.
  • Muitas das pirâmides menores próximas das principais pertenciam às rainhas ou membros da família real.
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A gigante e enigmática Pirâmide de Quéops

Nossa primeira parada foi diante da imponente Pirâmide de Quéops, a maior do complexo, com seus originais 146 metros de altura (hoje um pouco reduzidos pela erosão do tempo). Apesar de ser maior que Quéfren, às vezes não parece, pois sua base fica em um nível do solo um pouco mais baixo das demais.

Os arredores da Pirâmide de Quéops estão repletos de vestígios arqueológicos, mas o acesso muito próximo é restrito. Ainda assim, sua colossal estrutura impressiona à distância. Sua superfície original era feita de um revestimento de calcário polido, porém, ao longo dos milênios, a maioria dessas pedras foi removida ou desgastada pelo tempo, ou por saqueadores.

A surreal Pirâmide de Quéfren

Diferentemente de Quéops, na Pirâmide de Quéfren é possível chegar bem perto, tocar as pedras e até subir nos primeiros blocos de sua base. 

Somente estando ali para perceber a grandiosidade absoluta dessas estruturas.

Os blocos de pedra são enormes, pesando entre 2,5 e 15 toneladas cada um. Se hoje já seria complicado, imagine como essas pedras foram cortadas, transportadas e empilhadas sem ferramentas sofisticadas ou máquinas modernas. É por isso que este é considerado um dos maiores mistérios da humanidade.

Como a preservação dos sítios arqueológicos não foi tão rigorosa durante muitos períodos históricos, praticamente toda a sua camada externa de revestimento se perdeu, restando apenas um trecho no topo da pirâmide, onde ainda podemos ver o calcário polido original, que brilhava intensamente ao sol na antiguidade. Das três, é a que está em melhor estado, mas depois da base, há partes que parecem um amontoado de pedras enormes e irregulares.

Mesmo assim, estar ali e tocar essas pedras monumentais é uma sensação indescritível, que nos faz sentir pequenos diante de algo tão grandioso e repleto de história. Todo mundo deveria ter a oportunidade de vivenciar isso ao menos uma vez na vida!

A surreal Pirâmide de Quéfren
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Miquerinos: a menor das três, mas ainda assim impressionante

Depois de admirarmos as duas maiores, seguimos até a Pirâmide de Miquerinos, a menor do grupo. Com cerca de 65 metros de altura, ela é mais modesta em comparação às outras, mas mantém o porte imponente que torna essas construções tão impressionantes.

Aqui, o que chamou nossa atenção foi a presença de diversas pirâmides auxiliares, provavelmente destinadas a esposas dele.

Brincando no Saara e admirando a imensidão do deserto

 

Antes de seguirmos para a Esfinge, fizemos uma pequena pausa para algo especial: o David queria brincar na areia do deserto do Saara! Afinal, não é sempre que temos a chance de pisar em um dos desertos mais importantes (e o mais famoso) do planeta.

Além das pirâmides, a paisagem ao redor tem uma beleza estonteante: o Saara se estende para além de onde a vista alcança, com seu solo dourado sendo esculpido pelo vento. 

A sensação de estar ali, vendo as dunas e camelos, e sentindo a areia fina levantando com o vento, parecia algo saído direto de um filme.

A Esfinge de Gizé: menor do que se imagina, mas cheia de mistério

Seguindo o trajeto de volta, paramos próximo à Esfinge de Gizé, a icônica estrutura com corpo de leão e rosto humano, tradicionalmente associada ao faraó Quéfren. 

Ela está perfeitamente alinhada à sua pirâmide e foi esculpida diretamente na rocha, presumivelmente para simbolizar a proteção do complexo.

Apesar da sua fama colossal e incontáveis reproduções na cultura pop, a Esfinge é um pouco menor do que imaginávamos, com cerca de 20 metros de altura. Uma das suas marcas é o nariz faltando.

Antigamente, existia um templo e um lago artificial diante dela, mas essas estruturas não resistiram ao tempo.

Ainda assim, poder ver de perto a Esfinge – um monumento que já apareceu em inúmeros desenhos animados, filmes e livros do mundo todo – foi inesquecível!

O perrengue: golpes de falsos guias e "taxas surpresa"

Agora, a parte tensa da experiência: a abordagem caótica dos “guias” e prestadores de serviço.

O Cairo já é conhecido por ser bem mais caótico que Luxor, e em locais turísticos como as Pirâmides de Gizé, as abordagens são incisivas e, muitas vezes, invasivas.

Chegamos até o local de Uber, mas a quatro quadras da entrada, nosso carro foi cercado por uma multidão de homens e jovens locais tentando oferecer serviços de guia e transporte, sem nem termos descido do carro.

Pedimos ao motorista para seguir até a entrada oficial do complexo, onde mais gente insistente nos cercou na bilheteria. Compramos os ingressos e percebemos que um homem do lado começou a dizer ao funcionário que ele era nosso guia (oi? Como assim?).

Lá dentro, como não é permitido visitar o complexo a pé, precisávamos usar algum transporte. Já sabíamos que a negociação seria complicada e até pesquisamos preços médios para evitar golpes. Aí, acabamos negociando com aquele “guia” da entrada (ele não saiu da nossa cola!), para irmos de charrete. Fechamos um valor cerca de 40% do que eles pediam no início.

E, faz parte da aventura, tenta escapar de vários golpezinhos: por exemplo, na pirâmide de Quéfren um suposto fiscal pediu nossos ingressos e ficou esperando uma gorjeta. Outro se dispôs a tirar nossa foto para depois ficar esperando a gorjeta para devolver o celular (nesse caso, como estávamos sem tripé e o David era pequeno, pagamos pelo “serviço”).

No final, na saída do complexo, quando fomos pagar pela charrete, o tal “guia” tentou nos cobrar a mais, dizendo que precisavam pagar o charreteiro e outros custos. Quando vimos que isso nunca terminaria, simplesmente pulamos da charrete em movimento e saímos rapidamente até a avenida principal (não chegou a ser uma cena cinematográfica, mas mesmo assim os malandros ficaram nos olhando meio atônitos, como se não acreditassem que tínhamos feito aquilo).

Golpes no Egito

Valeu a pena? Com certeza!

Mesmo com o caos e os perrengues, visitar as Pirâmides de Gizé e a Esfinge foi uma das experiências mais incríveis de nossas vidas. A grandiosidade dessas construções, a imensidão do Saara ao fundo e a história que pulsa em cada pedra fazem deste um dos lugares mais fascinantes do planeta.

E os perrengues ainda geram boas histórias para compartilhar!

Agora, queremos saber se você já passou algum apuro parecido? E as pirâmides de Gizé, já estão no seu roteiro de viagem? Conte ora gente nos comentários! 🚀

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