O Museu Egípcio do Cairo é uma verdadeira cápsula do tempo da história do Egito Antigo. Com uma das coleções mais ricas e impressionantes do mundo, ele guarda relíquias de faraós, tesouros de tumbas, estátuas monumentais e algumas das mais famosas múmias já encontradas. Durante nossa visita, o museu ainda era sediado no seu icônico prédio rosa no centro do Cairo, próximo à Praça Tahrir – um local que, nos últimos anos, havia se tornado um símbolo dos protestos da Primavera Árabe. Embora soubéssemos que a estrutura do museu já enfrentava diversos problemas, ainda ficamos com um sentimento misto: um acervo absolutamente deslumbrante, mas exposto de maneira caótica, com pouca organização e pouquíssima informação acessível para o visitante (inclusive, pouca informação em inglês). Ainda assim, estar ali, rodeado por peças que atravessaram milênios, foi uma experiência interessante.

Um edifício histórico que sobreviveu à ebulição social

O edifício histórico que abrigava o museu já tinha mais de 100 anos e, mesmo antes da Revolução Egípcia de 2011, já sofria com infraestrutura precária e falta de organização na exposição das peças. Com o colapso político e os protestos da Primavera Árabe, a situação só piorou: documentos e peças foram saqueados no período de instabilidade, aumentando a sensação de abandono e desordem no local.

Falta de informação e desorganização

A primeira coisa que nos chamou atenção ao explorar as galerias foi a falta de placas explicativas – muitas peças tinham apenas pequenas descrições escritas em árabe, e mesmo as que tinham legendas em inglês eram bastante genéricas e sem muitos detalhes. Isso dificulta a compreensão do contexto das exposições, o que é frustrante, considerando a grandiosidade do acervo. 

Além disso, muitas relíquias estavam dispostas de forma confusa, com várias peças sobre prateleiras ou encostadas na parede e nos corredores, sem muita organização. Apesar disso, o museu transborda história e fascínio, e caminhar por suas salas é um mergulho direto na glória do Egito Antigo.

Tesouros inestimáveis em exposição

Apesar do caos, o Museu do Cairo abriga algumas das relíquias mais valiosas já descobertas no Egito. Os tesouros de Tutancâmon: sem dúvida, um dos maiores atrativos do museu. A máscara de ouro do jovem faraó, carruagens, mobiliário (inclusive uma cama) e suas joias estavam ali expostas, impressionando qualquer visitante com sua beleza e perfeição artística. Uma pena é que, apesar da importância histórica dessa coleção, considerada um dos maiores achados arqueológicos do Egito, a disposição e a falta de iluminação não contribuem para a valorização desse tesouro inestimável. 

Conteúdo colossal

Estátuas colossais de diversos faraós, como Ramsés II e Amenhotep III, muitas delas desgastadas pelo tempo, porém ainda imponentes. O acervo de Akhenaton e Nefertiti, incluindo esculturas e artefatos do curto e revolucionário período amarniano. Múmias de faraós e membros da realeza, incluindo as de Seti I e Ramsés II. 

Algumas ainda estavam no antigo prédio, enquanto outras já haviam sido preparadas para serem transferidas ao novo museu. Papiros, escaravelhos, sarcófagos e uma infinidade de objetos cotidianos dos egípcios antigos. Mesmo diante da bagunça, não havia como não se emocionar ao estar ao lado de peças que contam uma história tão antiga e fundamental para a humanidade.

A expectativa pelo Grande Museu Egípcio

Na época da nossa visita, já havia grande expectativa sobre a inauguração do Grande Museu Egípcio, um projeto moderno e ambicioso planejado para ficar perto das Pirâmides de Gizé. A proposta desse novo museu era corrigir os erros do passado, oferecendo um espaço muito mais amplo, com exposições organizadas de maneira moderna, tecnologia interativa para os visitantes e uma infraestrutura à altura da grandiosa coleção do Egito. 

A previsão era que ele abrigasse finalmente toda a coleção de Tutancâmon, bem como reinstalasse as estátuas e relíquias com explicações mais detalhadas. Certamente iremos visitá-lo em nossa próxima viagem ao Egito.

Uma experiência meio caótica, mas inesquecível

Mesmo diante de todo o caos, valeu muito a pena estar ali e ver de perto tantos objetos históricos inacreditáveis. O Egito possui uma das heranças culturais mais significativas da humanidade, e ter a chance de caminhar entre esses artefatos foi inesquecível. 

E você, já visitou o Museu do Cairo, o que achou? Que outros museus você considera que representem tão bem a história da humanidade? Compartilhe com a gente nos comentários!

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